Hora de (in) decisão
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A escolha de uma carreira deve ocorrer de forma consciente e aprofundada
Data: 04/11/2010 Autora: Anna Ligia Machado
Entrevistadas: Ana Lúcia Magalhães e Eliete F. R. R. dos Santos
De todas as decisões que tomamos na vida, talvez a escolha profissional seja uma das mais difíceis. A idéia de que estamos optando por uma carreira que seguiremos pelo resto de nossa história assusta e pode resultar em várias noites mal dormidas e em muito estresse. Conhecer os nossos gostos e habilidades, rastrear as profissões de nosso interesse e ter a consciência de que existe, sim, a possibilidade de voltar atrás diante de uma escolha errada são algumas sugestões para tornar essa fase um pouco mais tranquila.
As orientadoras profissionais e consultoras de carreira da Clínica Salutte & Vitta, Ana Lúcia Magalhães e Eliete de Fátima Ribeiro Ramos dos Santos, destacam que no cenário atual, o índice de evasão de alguns cursos universitários chega a 40% e que cerca de 75% dos brasileiros sonham em mudar de carreira.
Esses números são indícios de que a decisão profissional, muitas vezes, está ocorrendo sob pressão, de maneira apressada e sem embasamento suficiente. “Mais importante do que optar rápido e com pouco critério é escolher a profissão de forma consciente e assertiva para que aos poucos, os adolescentes de hoje possam representar uma nova estatística brasileira, com mais adultos bem sucedidos em suas carreiras”, orientam as profissionais.
Autoconhecimento
Uma dica para os estudantes que estão de olho no vestibular é começarem a prestar mais atenção às matérias escolares que lhes agradam para assim, descobrirem qual a sua principal área de interesse - Humanas (Português, Inglês, História e Geografia), Biológicas (Biologia) ou Exatas (Matemática, Física e Química). “É importante saber o que se gosta de fazer e de que forma essas habilidades poderão fazer parte da profissão escolhida”, ressaltam Ana Lúcia e Eliete.
Test - drive profissional
Quando os jovens estão em dúvida entre diversas opções, a dica é conversar com profissionais das áreas em questão. Ouvir sobre o cotidiano daquele trabalho possibilita uma idéia mais real sobre a carreira.
Outra sugestão que pode aproximar os estudantes da profissão que desejam seguir é a visita a universidades em que os cursos são abertos a não-alunos. Assistir a algumas aulas e bater um papo com estudantes e professores também pode esclarecer dúvidas e oferecer uma visão mais aprofundada sobre o curso.
“Quanto maior for a consciência dos jovens em relação à realidade das profissões e do mercado de trabalho, bem como sobre as ocupações alinhadas ao seu perfil pessoal, mais seguros eles estarão para fazer suas escolhas de uma maneira confortável”, opinam.
Ajuda de quem entende
Para os indecisos, uma alternativa é procurar um trabalho de orientação profissional. Além da aplicação de testes vocacionais, esse atendimento inclui o apoio emocional que os jovens necessitam para passarem por essa fase com a mente saudável.
Apoio familiar
Segundo as especialistas, os pais precisam ser parceiros dos filhos nesse momento. “Eles devem ser os primeiros a encorajá-los a fazer suas escolhas com calma e de forma consciente, inclusive para não vê-los frustrados no futuro. Já os jovens devem escolher com ponderação, tranquilidade e bom senso, independente das atitudes dos pais”.
http://www.revistain.com.br/ler_materia.asp?edicao=244&materia=1165 |